sábado, 28 de fevereiro de 2009

Questão prima.

Carrego a culpa na bolsa escrotal e a arma pendida sobre ela.

Preencho o oco, mas o que me completa?

Segredo de família

Sob a trança desfiada os olhos profundos escondiam a profanação fraternal.

O corte

(foto Gustavo Kruel - Dor)

É impressionante a dor que sinto, tudo lateja, pulsa. Meus batimentos cardíacos ficaram alterados, a dor é aguda, suo frio, os olhos lacrimejam sem meu comando.

Seguro firme o corte querendo juntar as partes da carne cortada, como se quisesse estancar o sangue ou que ele não existisse. Confesso que meu primeiro intuito foi de lamber a ferida, até pus a língua pra fora, mas isso seria animalesco demais e não pegaria bem na frente do outros.


Tentei manter a pose, disfarçar a dor, as lágrimas e a cara de cão carente, afinal era só um corte.


Cortei meu dedo com papel.